
Como parte do processo digestivo, na boca se inicia a digestão dos alimentos, principalmente as fontes de amido, e a ensalivação, gerada pela mastigação, dá início a esse processo. Existe uma enzima digestiva (a ptialina) na saliva que tem ação sobre as massas em geral, os cereais, pães, biscoitos etc. Com isso, a digestão desses alimentos é facilitada, uma vez que chegam pré-digeridos ao estômago.
Em se tratando de digestão de alimentos, a mastigação, por si mesma, já traz grandes benefícios, pois a trituração dos alimentos, feita pelos dentes, reduz os alimentos em pedaços menores, o que aumenta a capacidade de ação das enzimas sobre eles (maior superfície de contato). Qualquer que seja o alimento, a mastigação sempre auxilia no processo digestivo, evitando alguns transtornos tão freqüentes, como azia, má digestão, sonolência após a refeição etc.
Boa parte dos problemas digestivos de que muitas pessoas se queixam podem ter origem em uma mastigação insuficiente, engolindo-se alimentos em pedaços grandes, o que exigirá maior esforço do estômago em triturá-los. Qualquer transtorno no processo digestivo já inerente ao organismo, como uma produção excessiva ou insuficiente de ácido clorídrico (o ácido liberado pelo estômago para a digestão dos alimentos) pode ser agravada por uma mastigação inadequada. Pessoas com problemas digestivos devem se preocupar ainda mais com sua mastigação, tornando-a um hábito diário e necessário.

A mastigação é um hábito que deve ser iniciado desde cedo. Crianças devem ser estimuladas a mastigar corretamente os alimentos desde o nascimento dos primeiros dentes. Para tanto, os alimentos das crianças pequenas deve ser apenas cozidos e amassados, evitando-se as sopinhas batidas em liquidificador ou as comidas industrializadas que são completamente trituradas, não existindo pedaços para a criança mastigar. É importante acompanhar o desenvolvimento da criança, evoluindo a consistência dos alimentos de acordo com a sua capacidade de mastigação. O hábito da chupeta e a mamadeira por tempo prolongado podem trazer problemas quanto à mastigação dos alimentos, gerando hábitos inadequados e problemas na arcada dentária.
De acordo com o que foi dito, é importante lembrar que não apenas a qualidade da alimentação deve ser alvo de constante preocupação e interesse, mas também a mastigação. O cuidado com os dentes deve ser constante, assim como com a boca e as gengivas. Qualquer transtorno que afete a mastigação (feridas na boca ou na gengiva, cáries, tártaros etc) pode interferir, indiretamente, no processo da digestão, uma vez que a trituração adequada dos alimentos fica comprometida. Pessoas idosas, que necessitam de prótese dentárias, devem observar, periodicamente, a colocação da mesma, uma vez que as perdas de massa óssea e de massa muscular, relativas ao avanço da idade, levam a alterações na dimensão da gengiva, o que causa feridas na boca e dificuldade na mastigação dos alimentos.

Uma boa higiene diária dos dentes e visitas regulares ao dentista são também práticas extremamente importantes que auxiliam no processo da alimentação e, conseqüentemente, na manutenção da saúde.
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